"De norte a sul do país". Professores e não docentes em nova paralisação

por RTP
Protestos nos portões da Escola Secundária Gago Coutinho, em Alverca, Vila Franca de Xira Gonçalo Costa Martins - Antena 1

Professores e funcionários não docentes de todo o país participam esta quinta-feira numa greve nacional para exigirem aumentos salariais num valor mínimo de 120 euros e uma avaliação "justa e sem quotas". A paralisação foi convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P).

Estão previstas concentrações em Guimarães, na Figueira da Foz, em Alverca e Odemira.

Irão encerrar escolas de norte a sul do país, isso é claramente uma garantia que nós temos, porque já nos últimos dias muitos trabalhadores de diferentes escolas disseram-nos que iam aderir”, declarou esta manhã à RTP o coordenador do S.TO.P.

Para André Pestana, o importante “é que as pessoas percebam lá em casa que nós hoje temos um problema gravíssimo, que é a falta de professores que prejudica milhares e milhares de alunos”.

O delegado sindical lembrou ainda que estamos agora em meados de novembro e continua a haver estudantes sem professores em algumas disciplinas.
Foto: Hugo Delgado - Lusa

Esta luta é para que não haja o alastramento a todo o país da falta de professores, e para que também não alastre para a falta de outros profissionais de educação: assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos superiores de educação”, declarou.

André Pestana enumerou “reivindicações comuns a todos”, como “a gestão escolar democrática, o direito a uma avaliação justa, o direito a descontar para a Caixa Geral de Aposentações, um aumento mínimo de 120 euros”.

Hoje, porém, “temos questões específicas para os assistentes operacionais de educação, um setor nefrálgico da escola pública, que tem estado muito esquecido”, alertou.

“Eles têm de ser valorizados, porque têm o mesmo salário de miséria, o mesmo salário mínimo, depois de trabalharem dez, 20 ou mais de 35 anos. Recebem o mesmo de quem entrou o mês passado”.
Dia nacional para os assistentes operacionais
Por essa razão, o sindicato quer lançar neste 15 de novembro o Dia Nacional do Assistente Operacional de Educação, lançando para isso uma petição.

Em declarações à agência Lusa, Daniel Martins, da direção do S.TO.P, explicou que o objetivo da petição é "dignificar a carreira destes profissionais", assunto que está na base da paralisação desta quinta-feira.

"Eles são poucos e fazem tudo: limpam, são os enfermeiros das nossas crianças, os psicólogos, educadores de educação especial e são os primeiros a recebê-las e a entregá-las nos carros dos pais, ao final do dia", disse o responsável, lembrando que os assistentes operacionais "recebem o ordenado mínimo desde o início e durante 30 anos".

Daniel Martins sublinhou a falta de assistentes operacionais nas escolas e disse que é preciso impedir que a sociedade "falhe com estes profissionais".

Sobre as consequências da adesão à greve nacional, disse ainda ser cedo para ter a dimensão global, mas que a informação que tem é que "estarão dezenas de escolas fechadas em todo o pais".

c/ Lusa
Tópicos
PUB